sexta-feira, 29 de junho de 2012

vi, ouvi... não posso ignorar...

Há muito tempo que não venho aqui. Não, por falta de acontecimentos neste triste país mas essencialmente por sentir  não ser capaz de mostrar , com palavras, a revolta que me domina e que , acredito já, só acalmará quando a violência irromper neste país amorfo. 
As medidas que vêm sendo tomadas na Educação, na Saúde, na Justiça revelam uma obediência servil aos mandatários do capital. Ao circular pelas ruas de várias localidades só vejo lojas fechadas e já nem sequer as lojas chinesas ocupam esses locais. Nos supermercados vejo cada vez menos gente e já assisti, por algumas vezes, a mulheres e homens deixarem algumas compras na caixa, por falta de dinheiro. Num talho de um Intermarché, uma casal ainda jovem  que tinha pedido carne picada ao talhante, especificou , depois de abrirem o porta.moedas, que só queriam 4 euros.. Eu não disse uma única palavra mas o olhar que o funcionário me dirigiu foi tão significativo como as palavras que disse, depois de os atender - " noutro dia, pediram-me só até 2 euros..." . 
Numa farmácia, uma senhora, reformada, pediu à farmacêutica para "só aviar da receita ( que tinha consigo), os comprimidos do coração " que , mais tarde, " vinha aviar o resto"... 
Estes e outros episódios que já não via  há muitos anos,e agora são tão frequentes, despertam em mim uma revolta que nem sabia existir.
 Até quando este povo vai aguentar ?

- Co'a Direita no Poder