sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Eleições Autárquicas, o quê?

Ultimo dia de campanha eleitoral para as autarquias . Final e felizmente ! Acompanhar esta campanha na rádio transformou a minha dúvida em certeza . Definitivamente sou contra a regionalização. Está campanha reflectiu , com clareza e honrosas excepções, o nível cultural e cívico dos autarcas . A falta de projectos regionais é notória . Slogans e mais slogans. 

A falta de educação salientou- se . 

Os ataques pessoais foram o prato forte e , por vezes, com uma agressividade própria de quem desconhece em absoluto as regras de um debate . Jamais permitiria tal linguagem numa turma , onde se disputassem eleições para o cargo de chefe de turma ! 

A honestidade deu lugar ao vale tudo , inclusive à legitimação da corrupção, mesmo que tenha sido já objecto de sentenças e prisões efectivas.

A falsidade e argumentação que nada tem a ver com poder local dominaram os discursos de chefes partidários , supostamente bem formados.

 Em todos os debates que ouvi ( e foram demasiados para a minha saúde mental) todos os candidatos se arrogaram da intenção de " baixar o preço da água", por o seu concelho " ter a água mais cara do país " . Afinal qual é o concelho, de facto, com a águamais cara? Ou será que tal promessa deve ser feita em campanhas legislativas e substituída por " baixar o preço da água no país " ? 

O mesmo se podia dizer para o IMI... 

A demagogia e a falta de respeito pela inteligência dos munícipes imperou ! Não admira que abstenção aumente ! Nem que os jovens se disinterested casa vez mais pela causa pública ! Nem que a violência verbal cresça cada vez mais, como se a escola dos comentadores desportivos tivesse vingado!

Tenho pena , muita pena mesmo ! Pelé minha parte , vou votar porque é esse o meu dever de cidadã . E, por muito que digam que estas eleições são diferentes, votarei na mesma lista em que voto para as legislativas . Se creio neles, para um projecto nacional, também serão os meus preferidos para um projecto local . O que realmente desejo é uma comunidade local tão harmoniosa e justa como desejo o País . Voto esquerda !



Reflexão da manhã de terça-feira

Ninguém tem o direito de privar uma criança do amor dos avós.
Só um egoísmo com laivos doentios pode explicar que um homem ou uma mulher, pai ou mãe, tanto faz, roubem aos seus filhos a convivência com os mais velhos da família. Nada pode justificar tal atitude a não ser que a falta de carácter dos mesmos se materialize em maus tratos à criança.
Quando tal não se verifica, só uma mente distorcida pelo ódio utiliza um ser humano , que precisa de todo o afecto possível para um crescimento harmonioso, como se fosse um bem material. Uma criança não é, nem pode ser jamais moeda de troca para satisfação do ego de cada um ou para branquear atitudes .
Infelizmente , este comportamento continua muito frequente. Pais que impedem os filhos de um convívio harmonioso com as mães . Mães que procuram , de todos os modos possíveis , evitar o convívio com os pais . Pais que privam os filhos de conviver naturalmente com avós.
E todos o fazem , argumentando com o bem das crianças, escamoteando a real motivação de tal atitude - o egoísmo que os domina , o prazer sentido ao pensar no que a outra parte pode sofrer .
E de nada valem as leis existentes, por muito louvável que seja a intenção ! Que afecto espontâneo, que convívio harmonioso pode crescer em tempos e horários estabelecidos por um juiz?
Uma criança não faz descobertas em horários pré - estabelecidos... não diz as primeiras palavras em dias e horas marcadas ... não dá os primeiros passos quando o adulto quer ou deseja ou o juiz marcou o tempo de cada um .
A criança cresce. Torna - se adulto. Reflecte. E se nem mesmo um ambiente familiar de afecto é garantia de uma idade adulta equilibrada, confortável, plena de sonhos e certezas, podemos sempre pensar no que um ambiente de desconfiança, de segredos, de palavras mais ou menos agressivas, de suspeitas permanentes pode contribuir para o crescimento da criança!
Há reflexões que só se conseguem fazer muito tarde ! E as crianças crescem ! E os adultos que imaginávamos tão felizes, quando os víamos crescer sorridentes e felizes na sua infância, tornaram- se homens e mulheres que não conhecemos !



domingo, 24 de setembro de 2017

Notas junto ao mar

o sol ainda aquece na praia. O vento sopra de mansinho. O mar agita- se, revolto, mas deixou as pedras a descoberto . Pedras e rochas de todos os tamanhos e formas. Aproveito os raios de sol , o calor, o iodo que se me cola à pele e tanta falta me faz . Lá em cima , no meu refúgio, o calor não é tanto mas os passaritos , com o seu esvoaçar em bandos compensam a aragem fresca dos pinheiros que me rodeiam .
Hora de regressar a casa, de voltar ao cimento urbanizado, ao movimento citadino, aos cuidados rigorosos de medicação , já que a saúde parece gostar mais de praia , de paz, de silencio humano e sons da natureza !
Aqui, controlar os diabetes e a tiróide é mais fácil. Não me perguntem as razões que não sei explicar, mas que algumas existem ,não duvido !
Tenho de reflectir sobre isso!

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Eleições, furacões e outras coisas .

Aproximam- se as eleições autárquicas e serve tudo para que os candidatos se auto promovam. Os incêndios e suas terriveis consequências continuam a estar na ordem do dia, sem qualquer pinta de vergonha para os candidatos. Como nao se podem inventar mais mortos e o territorio devastado pouco importa a estas mentes ressabiadas , saltou para a ribalta a distribuição dos fundos recolhidos. Nada que nao me surpreenda . Alguėm ja relacionou a partilha do dinheiro com os partidos a que concorrem os presidentes de Câmara ? Um estudo que devia ser feito . Não foi o procurador da misericórdia de Pedrógão o célebre inventor dos mortos ? Não foi às Misericórdias que parte substancial das verbas fou entregue ? E , afinal, pessoas não colectadas nas Finanças e como tal isentas de pagar impostos , por falta de rendimentos que obviamente não declaram, exigem agora subsidios para adquirir as muitas ferramentas e alfaias agricolas que possuíam e arderam ? Então , os rendimentos eram ou não suficientes? E não pagavam IVA na aquisição desses instrumentos ? Alguma coisa não bate certo nestas histórias, por muito grandes que sejam as dores destas pessoas e que eu lamento , sinceramente . Mas eu pago todos os impostos e sempre declarei todos os rendimentos . Talvez , não o devesse ter feito .
Desculpem- me , quem ler estas palavras , mas não acredito nas intenções tão filantrópicas dos candidatos autárquicos . Quem não conhece o favorecimento dado por eles , ao longo destes anos após o 25 de Abril , aos correlogionários de partido e de negociatas ?
E eis que a Natureza, mais uma vez, vem alertar os Homens para as forças que não podem controlar . Os Furacōes, com nomes de gente , que varrem ilhas turísticas , onde invariavelmente os turistas pouco sofrem a não ser os sustos, que acabam por se tornar aventuras de férias para contar aos amigos e aos jornalistas, ávidos de sangue, mas onde as populacões locais vêem as suas casas destruídas assim como os meios de subsistência . E lá vão outra vez os donativos em milhões que , distribuídos por governos e instituições internacionais muito qualificadas , hão- recuperar as instalações levadas pelo vento ciclónico e pelas águas enfurecidas do mar ou das chuvas. Os habitantes continuarão pobres , com casas frágeis, sem fornecimentos básicos . Basta lembrar o Haiti ! Nunca recuperou e as populações nem sequer foram avisadas, segundo a imprensa . Pois, essas pessoas não têm twitter , nem sequer luz ...
Este é o mundo em que vivemos ... Dói muito quando reflectimos sobre estes acontecimentos ! Dói, ainda mais, quando pensamos nas crianças que não pediram para nascer nesta selva de hipocrisia !

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

E a debandada começou

Manhã de Setembro. Uma temperatura amena , suave depois da chuva que caiu, durante a noite, dando de beber aos campos ressequidos pelo sol de Agosto.
O silêncio começa a reinar . Já se ouvem os passarinhos e os risos das crianças nos baloiços é raro. A mistura de línguas europeias deixaram de penetrar nos nossos ouvidos .
O bar, onde tomamos o café , de manhã, vai fechar dia 17. As ruas do parque voltam a ser estradas cinzentas, cobertas de caruma , ladeadas por arbustos sempre verdes . 
O sossego do Pinhal retoma o seu lugar, apenas quebrado nos sábados ou eventualmente nas sextas-feiras , dependendo do horário escolar dos filhos ou netos.
Fazem- se os últimos churrascos. Trocam- se as moradas e promessas de reencontros em breve com amigos e amores de verão, que mais  tarde são agradáveis memórias, tornando-se nas " melhores férias " tidas . E Setembro  é também um mês de recordações. 
Um mês de roupeirosdesarrumados , dada a roupa amontoada por lá , aguardando a chegada do Inverno sem margem para dúvidas . 
Gosto de Setembro. Das cores suaves que  cobrem a terra. Da neblina e do sol que nos visitam frequentemente. Das paz que se respira neste lugar. Dos passarinhos que voltam a ouvir- se e voam , em bandos, rente ao chão coberto de carumas, o que nos permite prever os tons de Outono . 
Gosto de Setembro! 
Do silêncio . Das cores. Das saudades de outros tempos e outras férias ! 
Da suavidade! Dos chuviscos matinais! Do sol que nos leva até ao Verão que já foi e , muitas vezes, regressa para nos permitir voltar a vestir as roupas de verão preferidas !