As palavras de uma delas deixam- me triste e reflectindo no mundo que nos rodeia. Afirma ela, bem decidida e sem qualquer hesitação que não está para não poder ir de férias , sempre e quando lhe apetece, para cuidar da mãe , com cerca de 65 anos. Já decidiu, até porque os filhos também já lhe disseram e , segundo ela, têm toda a razão... A mãe, por muito que não queira, vai para um Lar. Eles irão lá sempre que puderem. Até porque a mãe tem um feitio difícil e está sempre chamando a atenção aos netos, que são uns amores mas estão habituados a fazerem o que gostam e querem
Afinal, não podem estar todos dependentes da Mãe e Avó , palavras assim mesmo proferidas por quem é Mãe hoje e contou com a ajuda da sua Mãe na educação dos filhos, que hoje se recusam a ajudar .
Nada tenho contra Lares e ou Instituições que acolhem pessoas idosas. Nem eu sei se algum dia optarei por encontrar apoio numa dessas instituições, escolhida por mim mesma , ainda lúcida é analisada a minha condição no momento. Contudo a frieza com que esta mulher falava da situação da mãe e da nula disposição para a apoiar deixou- me perplexa, para não dizer chocada.
Será esta a realidade preponderante nesta sociedade? Quero acreditar que não... mas dentro de poucos anos saberei quais os tempos e carinhos que me aguardam...
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